quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O GNOTICISMO

O início do segundo século, alguns cristãos intelectuais começaram a introduzir na Igreja uma heresia chamada Gnosticismo. (Heresia é a negação de uma ou mais verdades da fé.) O gnosticismo era uma mistura de religião e filosofia. A inteligência humana queria fazer a vez da revelação divina. Tentava explicar a fé e seus mistérios por meio de certas filosofias. Os gnósticos viam Deus mais como uma Verdade a ser conhecida do que como uma Pessoa a ser amada.

Eles achavam que a fé simples, tal qual se encontra no Evangelho, servia para o “povão”. Ao lado dessa fé simples, devia haver uma outra, apresentada de maneira científica, ao nível dos intelectuais. Então começaram a “racionalizar” os mistérios da fé, sobretudo para explicar o problema do mal. Substituíram a simplicidade evangélica por uma filosofia sobre Deus.

Para os gnósticos, a salvação estava mais no conhecimento dos mistérios e das verdades divinas do que na graça de Deus e na fé em Cristo Ressuscitado. O gnosticismo foi uma reação da inteligência orgulhosa diante da simplicidade evangélica.

Segundo os gnósticos, o mundo não teria sido criado diretamente por Deus, mas através de “intermediários”; a redenção da humanidade teria sido realizada elo “Pensamento Divino”, e não pelo sangue de Jesus, Deus teria sido uma “Idéia” impessoal, e não um Pai amoroso e providente.

Os defensores do gnosticismo mais conhecidos foram Valentim e Cerdon. O Papa Higino e outros Papas fizeram tudo para que os gnósticos vissem seu erro, mas pouco conseguiram.

As “idéias” do gnosticismo já existiam no tempo do Apóstolos, pois a Carta aos Colossenses alerta os cristãos, dizendo: “Tomai cuidado para que ninguém vos seduza com vãs e enganosas filosofias, segundo a tradição dos homens e a sabedoria deste mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2,8).

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